Entrevista Expressa | TV Forense – São Paulo, Brasil
Entrevistado: Ronny Santos – analista de relações internacionais
Tema: O impacto global da violação do direito internacional e o dever ético diante da matança de inocentes
TV Forense: Ronny, muitos brasileiros se perguntam: “Por que devo me importar com a guerra da Ucrânia, que acontece do outro lado do mundo?” O que você diria a essas pessoas?
Ronny Santos:
Essa é uma pergunta legítima — e perigosa. A indiferença é o solo fértil onde as violações dos direitos humanos se tornam rotina. A guerra na Ucrânia não é apenas um conflito entre dois países distantes; é uma agressão armada que fere os princípios básicos do direito internacional, como a soberania dos povos e a integridade territorial. Se hoje aceitamos que um país invada outro impunemente, qual será o limite amanhã?
TV Forense: E quanto ao argumento de que “isso não afeta diretamente o Brasil”?
Ronny Santos:
A verdade é que já afeta. Guerras como essa desestabilizam mercados globais, causam crises energéticas, inflação de alimentos e migrações forçadas. Mas além dos impactos econômicos, há uma questão moral: a neutralidade diante do mal é uma forma de cumplicidade. Assistir em silêncio à matança de civis, à deportação de crianças e à destruição de um país soberano nos coloca do lado errado da história.
TV Forense: Há quem diga que a guerra é motivada por geopolítica, e que a Ucrânia provocou. O que você pensa?
Ronny Santos:
A Ucrânia não invadiu ninguém. O que vimos foi um país soberano sendo invadido por uma potência nuclear que nega até o direito à existência da identidade ucraniana. Isso não é guerra convencional, é uma tentativa de apagamento cultural e político — algo que, historicamente, precedeu os piores crimes da humanidade. A justificativa de "provocação" é uma forma cínica de legitimar a barbárie.
TV Forense: E o papel da população russa nisso?
Ronny Santos:
Esse é outro ponto sensível. Milhões de russos estão alheios, ou pior, passivos diante do que seu governo faz. Muitos vivem no conforto de suas rotinas enquanto seu país mata, estupra, sequestra e bombardeia. O mundo precisa mandar um recado: a omissão tem custo. Daí a importância de propostas como a Tarifa de Reparação — uma maneira simbólica e prática de dizer: “Você é parte disso, mesmo que não dispare um míssil.”
TV Forense: Por fim, o que você diria para quem ainda acha que “isso não é problema meu”?
Ronny Santos:
Quando deixamos de nos importar com a dor dos outros, enfraquecemos os alicerces da nossa própria humanidade. Hoje é a Ucrânia. Amanhã pode ser qualquer outro povo — inclusive o nosso. A justiça internacional precisa da nossa voz, da nossa indignação e da nossa coragem. Se a guerra parece distante, a ética não pode estar.
Entrevista publicada pela TV Forense como parte do esforço editorial de conscientização global sobre a importância de combater a impunidade internacional e proteger os direitos dos povos livres.
Leia também: Proposta de Tarifa Internacional sobre Passaportes Russos